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Putin acusa potências ocidentais de ‘sacrificar o mundo’ para preservar domínio global


Sputnik / Vitaly Belousov Ministério das Relações Exteriores da Rússia alerta sobre riscos de adesão da Finlândia à Otan

Da Rede Brasil Atual – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na quinta-feira (12) que países europeus podem passar por graves dificuldades, inclusive a fome, se as sanções contra seu país continuarem. A União Europeia, acrescentou o líder russo, poderia sofrer consequências difíceis de reverter. “A culpa por isso é total e completamente das elites dos países ocidentais. Para preservar sua dominação global, estão prontas para sacrificar o resto do mundo”, afirmou o presidente russo. A informação é da agência Tass.

Putin defende a maneira de a Rússia “enfrentar seus desafios externos” e sua política macroeconômica. E diz confira nas soluções “sistêmicas” para fortalecer soberania econômica e a segurança tecnológica e alimentar dd seu país. “Nossas empresas de produção estão gradualmente preenchendo nichos de mercado doméstico liberados após a saída de parceiros sem escrúpulos. Incluindo produtores de bens básicos, equipamentos industriais e de serviços, construção e máquinas agrícolas”, observou Putin.

Torneira fechada

A empresa russa Gazprom anunciou, também nesta quinta, o corte do transporte de gás para a Europa através da Polônia. A decisão passa diretamente pelo Kremlin. O anúncio se dá um dia depois de Moscou impor sanções a mais de 30 empresas de energia. A rota interrompida é uma das principais do fornecimento de gás para a União Europeia. Ela passa pelo gasoduto Yamal-Europa.

O representante da empresa, Sergey Kuprianov, denunciou que a ex-parceira polonesa “violou repetidamente os direitos da Gazprom” desde 26 de abril, quando a gigante estatal russa de gás sofreu nova rodada de sanções europeias. “Fomos impedidos de exercer nossos direitos sobre as ações e outros títulos da EuroPol GAZ e receber dividendos”, acrescentou Kuprianov. O gasoduto Yamal-Europa vai do oeste da Rússia até a cidade Frankfurt am Oder, no leste da Alemanha, depois de passar por Bielorrússia e Polônia. Tem cerca de 2 mil quilômetros de extensão, e 683 quilômetros passam pela Polônia, do presidente de extrema direita Andrzej Duda, aliado dos Estados Unidos.

A estimativa é de que a capacidade máxima do gasoduto seja de 33 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, o equivalente a aproximadamente o que a Espanha consome em um ano, segundo o jornal El País.

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse hoje que a subsidiária da Gazprom que teve o controle assumido pelos alemães, a Gazprom Germania, não está mais recebendo os volumes de gás esperados. Ele minimizou os impactos sobre seu país. “Estamos monitorando a situação de perto. Nós nos preparamos para esta situação”, garantiu.

Tensão crescente

Enquanto isso, uma solução pacífica para a guerra com a Ucrânia parece distante. A tensão na Europa não diminui. Pelo contrário. Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu que Moscou precisará adotar medidas técnico-militares, entre outras, para enfrentar as ameaças inerentes à adesão da Finlândia à Otan, se for concretizada, diz a chancelaria, segundo o Sputnik Brasil.

O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, e a primeira-ministra, Sanna Marin, anunciaram que o país deve enviar o pedido de adesão à Aliança Atlântica “sem demora”. De acordo com a advertência da Rússia, “Helsinque deve ter consciência da responsabilidade e das consequências de tal passo”.

“A adesão finlandesa à Otan causará danos graves às relações bilaterais russo-finlandesas, à manutenção da estabilidade e segurança na região do Norte da Europa”, diz o comunicado. A avaliação óbvia de Moscou é que o objetivo da Otan é perpetuar a expansão do bloco militar até as fronteiras russas e criar novo flanco de ameaça militar a Moscou. “Mas a história vai julgar para quê a Finlândia coloca seu território na beira de um confronto militar com a Federação da Rússia, perdendo ao mesmo tempo sua independência na tomada de suas próprias decisões”, diz o comunicado russo.

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