Da Rede Brasil Atual - A última noite de desfiles do carnaval de São Paulo colocou mais duas escolas de samba no grupo das favoritas ao título: Gaviões da Fiel e Mocidade Alegre. As duas se unem a Mancha Verde, Dragões da Real e Império da Casa Verde, que desfilaram na última sexta (22). A decisão sobre a campeã sai na terça-feira (26). A reportagem é de Igor Carvalho, com edição de Camila Salmazio, do Brasil de Fato.
Com enredo mais interessante da noite, a Mocidade Alegre celebrou as orixás femininas. Obá, Oyá, Yabá e Oxum foram apresentadas na avenida pela fé em um mundo melhor através do empoderamento feminino. O samba-enredo Do canto das Yabás renasce uma nova morada contagiou o público na arquibancada, que respondeu aos puxadores da agremiação.
A torcida Gaviões da Fiel completa 50 anos em 2020. Porém, desfila há 30 anos. Para o ano festivo, contratou o carnavalesco multicampeão do carnaval carioca, Paulo Barros, que cuidou do enredo Um não sei o que, que nasce não sei onde, vem não sei como e explode não sei por quê”, que contou diversas histórias de amor na avenida, com especial destaque para os casais que representavam Romeu e Julieta, de William Shakespeare, na comissão de frente.
A Pérola Negra abriu o segundo dia de desfiles. A escola enfrentou, no último dia 10 de fevereiro, uma enchente em seu barracão, que culminou na perda de 40% das fantasias da agremiação.
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo determinou, então, que os adereços com defeitos da Pérola Negra não tirarão pontos da escola no quesito Fantasia. Na avenida, a escola apresentou o enredo Bartali Tcherain – A estrela cigana brilha na Pérola Negra, que contou a história do povo cigano.
Recém-chegada ao grupo principal do carnaval de São Paulo, a Colorado do Brás foi para a avenida preocupada em se manter na elite. A escola optou por contar a história de Dom Sebastião, que aos três anos de idade herdou o trono de Portugal.
A Águia de Ouro levou o conhecimento para a avenida. O enredo O poder do saber – Se saber é poder….Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Durante o desfile, a escola homenageou o educador Paulo Freire, alvo constante de ódio do presidente Jair Bolsonaro.
A Vila Maria apresentou a China como superpotência e narrou a ascensão econômica do país oriental. O sonho de um povo embala o samba e faz a vila sonhar é o nome do enredo da escola, que sonha com o seu primeiro título. Os carros alegóricos da agremiação impressionaram na avenida, um deles carregava uma grande representação do filósofo chinês Confúcio.
Fechando os desfiles do grupo especial de São Paulo, a Rosas de Ouro, dona de sete títulos do carnaval paulistano, apresentou para o público que ainda estava no Anhembi com o dia amanhecendo, o enredo Tempos Modernos, que mostrou a quarta revolução industrial e as novas tecnologias aplicadas na rotina das pessoas.
Entre as novidades, a agremiação distribuiu pontos de monitoramento para acompanhar, via chip, o andamento da escola na avenida, para garantir que os passistas terminassem o cortejo dentro dos 70 minutos.