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Megaleilão do pré-sal é black friday do entreguismo de Bolsonaro, que arrecada apenas R$ 69,9 bi


Plataforma P-75, no campo de Búzios, o mais atrativo do megaleilão, arrematado sem ágio por Petrobras com chinesas Foto: Divulgação-Petrobras

Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (6) para falar sobre o fracasso do leilão do pré-sal realizado hoje pelo governo Bolsonaro. Somente dois dos quatro blocos ofertados foram adquiridos e a expectativa de arrecadar R$ 100,6 bilhões foi frustrada: só R$ 69,9 bilhões foram levantados. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), enfatizou que não estava comemorando essa frustação. “Acho péssimo isso para o Brasil. É muito ruim nosso País perder a confiança dos investimentos, até porque petroleira não é Bolsa de Valores. É preciso conhecer o chão onde pisa e mostrar que o Brasil não oferecia segurança para as empresas fazerem a exploração do nosso petróleo”, avaliou.

Gleisi Hoffmann enfatizou que era contra esse leilão, porque havia mudado o marco do pré-sal. “Antes a Petrobras era participante, operadora única desse processo de licitação, tinha 30% dos campos de petróleo. Tiraram a estatal disso. Agora, a Petrobras teve que comprometer R$ 60 bilhões dos seus recursos para fazer com que o leilão acontecesse. Tiraram recursos de investimentos, não só na exploração de petróleo, na prospecção, mas também do refino, da distribuição. Estão transformando a nossa maior empresa brasileira, a Petrobras, apenas numa empresa de exploração de petróleo e de exportação de óleo cru”, protestou.

O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) também lamentou, da tribuna, a falta de prestígio, a imagem do País e os problemas que atravessamos, “demonstrando que estamos num momento de muita insegurança política e também insegurança jurídica”. Na sua avaliação, o resultado do leilão do pré-sal demonstra claramente porque as empresas estrangeiras, as grandes petroleiras, ao fazerem análise de risco para adquirir, através da cessão onerosa, os blocos de exploração do pré-sal, não deram os seus lances.

“Mas por quê tudo isso? Exatamente por conta do ambiente. E a prova está aqui. O presidente da República, mais uma vez militando nesse ambiente confuso das fake news, anunciou que a Argentina perderia a presença de três fábricas importantes que fechariam na Argentina – a MWM, que é uma gigante fabricante de motores a diesel; a Honda, uma gigante da produção de automóveis do mundo, e também a L’Oréal. Isso está no Twitter do presidente da República”, frisou.

Duas dessas empresas desmentiram o Twitter oficial do Presidente. “Desmentiram, logo depois, o presidente da República apaga sua fake news demonstrando o ambiente que o Brasil está imerso”, lamentou.

Lesa-pátria

Também em plenário, o deputado Paulo Guedes (PT-MG) acusou o governo Bolsonaro de ter antecipado a black Friday – dia de ofertas com preços imperdíveis. “É isso mesmo. É a black friday do pré-sal. É para acabar com tudo”, bradou. Ele explicou que o governo Bolsonaro vai entregar cerca de 15 bilhões de barris de petróleo às multinacionais. “É isso mesmo. O governo pretendia arrecadar R$ 106 bilhões, conseguiu apenas R$ 69,9 bilhões e, mais grave, não diz que esse valor é bem abaixo dos R$ 2 trilhões que se esperava arrecadar com as nossas reservas”, observou.

O deputado Guedes enfatizou que, primeiro retiram a riqueza do povo brasileiro, do pré-sal descoberto pelos governos do PT, “para dar de mão beijada, a preço de banana, aos gringos”. E reclamou que esse dinheiro não vai mais para a educação nem para a saúde, como estava destinado nos governos Lula e Dilma. “É isso que está determinado hoje no megaleilão do pré-sal, em que nós estamos vendo o maior crime de lesa-pátria já cometido contra o povo brasileiro, entregando as nossas riquezas a preço de banana. É o black friday do Bolsonaro para entregar tudo, para vender tudo a preço de banana!”, indignou-se.

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) indagou onde estão os investidores interessados em investir no Brasil tão propagados pelo governo Bolsonaro, por Paulo Guedes (ministro da Economia) e boa parte deste Congresso Nacional. “Disseram que iriam arrecadar R$ 106 bilhões com o megaleilão do pré-sal, mas apenas dois blocos foram arrematados pela Petrobras e duas empresas chinesas por R$ 69 bilhões. Ou seja, cadê os investidores? Quem é que tem coragem de investir neste Brasil com o governo Bolsonaro que não respeita a democracia, não respeita o contraditório, assusta as pessoas? Que investidor tem coragem de investir no Brasil? Ninguém. Por isso que no leilão de hoje não apareceram os investidores para comprar o pré-sal que ele colocou à venda neste País. Infelizmente essa é a grande realidade do nosso País”, lamentou.

Dia da vergonha

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) leu um manifesto feito por ela, intitulado “O dia da vergonha”. Ela explicou que esse dia 6 de novembro será lembrado como o dia em que o Brasil entregou as suas gigantescas reservas de pré-sal a preço de banana para as multinacionais. “E, detalhe, essa riqueza vale, no mínimo, R$ 2 trilhões, mas está sendo entregue pelo governo Bolsonaro por apenas R$ 100 bilhões. Nenhum país que se respeite entrega suas reservas de petróleo para empresas multinacionais simplesmente porque representam os recursos estratégicos para o desenvolvimento nacional”, protestou.

Benedita lembrou que os governos Lula e Dilma adotaram o regime de partilha para a exploração do pré-sal, a fim de garantir a sua propriedade para o Estado brasileiro. “O objetivo do presidente Lula e, depois, da presidenta Dilma, seria usar a maior parte desses recursos para dar um salto de qualidade na educação e na saúde do povo brasileiro. Mas, com esse leilão lesa-pátria, tais recursos estratégicos estão sendo entregues de mão beijada para os cofres estrangeiros. Esse foi um dos principais objetivos do golpe do Estado dado à presidenta Dilma”, lamentou.

Também se manifestaram em plenário sobre o tema e lamentaram a falta de credibilidade no Brasil os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF) e Waldenor Pereira (PT-BA).

Fonte: PT na Câmara - por Vânia Rodrigues

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