Líder nas pesquisas eleitorais no país, candidato lança o “Argentina Sem Fome”, semelhante ao “Fome Zero”, para frear o desastre ultraneoliberal de Macri.
Amigo e inspirador político de Jair Bolsonaro (PSL), o presidente argentino Mauricio Macri vive os últimos meses de um mandato ultraneoliberal que destruiu a economia da Argentina. Sob Macri, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve encolher 3% neste ano, a inflação passa dos 50% e a pobreza já atinge 35,4% da população argentina. Com toda essa crise, os argentinos já deram um sonoro “não” à Macri nas eleições primárias do país, votando em peso no candidato da oposição, Alberto Fernández.
Fernández, que já visitou Lula em Curitiba, agora se inspira no ex-presidente para ajudar o povo argentino. Nesta segunda-feira (7), o candidato anunciou o programa “Argentina Sem Fome” que tem como objetivo tentar tirar da miséria mais de 15 milhões de argentinos. O projeto, inspirado no “Fome Zero” criado por Lula, pretende minimizar os estragos feitos por Macri na Argentina desde que foi eleito em 2015, quando deu início a cortes nos programas sociais e colocou o país de joelhos para o Fundo Monetário Internacional (FMI). O enredo dessa história é muito semelhante, inclusive, à trajetória da atual política de governo do Brasil.
Argentina Sem Fome
O projeto da chapa, que tem Cristina Kirchner como vice, fornecerá um Cartão Alimentação para que a população de baixa renda consiga comprar alimentos subsidiados pelo governo. Fernández também planeja ampliar o programa “Preços Cuidados”, que congela o preço de diversos produtos para facilitar sua aquisição. Além disso, o preço dos alimentos que compõem a cesta básica será regulamentado.
Cristina Kirchner criou um projeto semelhante durante seu governo, que durou entre 2007 e 2015 e deu continuidade ao crescimento econômico iniciado no mandato de seu marido, Néstor Kirchner. Cristina ajudou a população de baixa renda com subsídios estatais em áreas como transporte e eletricidade.
O exemplar legado de Lula
A inspiração de Fernández em Lula não é ao acaso. No início dos anos 2000, a insegurança alimentar atingia 10,6% da população brasileira. Em 2003, no primeiro ano de seu mandato, Lula lançou o “Fome Zero”, programa que reduziu esse índice para 2,5% entre 2008 e 2010. Em menos de uma década, cerca de 15 milhões de brasileiros passaram a ter uma alimentação digna.
Dilma deu continuidade ao programa e beneficiou ainda mais pessoas. O esforço dos governos petistas deu tamb[em outro resultado: em 2014, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) tirou o Brasil do Mapa da Fome pela primeira vez. O ex-diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, homenageou Lula ao deixar o cargo em junho deste ano: “Espero que o presidente Lula esteja muito em breve em condições de nos ajudar novamente na luta pela Fome Zero no mundo”.
Cada um tem o amigo que merece
O fracasso da cartilha econômica de Macri é evidente. A Argentina está mergulhada em uma profunda crise durante todo o seu mandato, e no Brasil Jair já expôs suas similaridades políticas com o aliado argentino.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) alertou para as ideias similares dos dois governos: “Sabemos que a política econômica que está sendo adotada por Bolsonaro e por Guedes aqui no País é exatamente a mesma política que Macri adota e que levou à Argentina a essa situação de impasse, de crescimento da pobreza e de desemprego cada vez maior”.
Fonte: Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo