A presença de mais de mil brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em campo contribuiu, neste ano, para a maior redução do número de focos de calor na Amazônia Legal já registrada entre os meses de agosto e setembro, desde o início da série histórica em 1998.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em agosto foram registrados 39.177 focos de calor contra 32.602 em setembro, uma queda de 16%. “Nos outros anos ocorria exatamente o contrário: os números de setembro eram sempre maiores que o de agosto. Agora, houve uma inversão”, disse Gabriel Constantino Zacharias, chefe do Prevfogo/Ibama.
Segundo ele, historicamente, 95% dos incêndios que ocorrem em todo o país se concentram no segundo semestre de cada ano, principalmente entre agosto e outubro. O pico ocorre geralmente em setembro, com uma média de 66 mil focos de calor, o equivalente a 30% de todos os focos registrados anualmente, ainda conforme a série histórica.
Ainda segundo Zacharias, a redução do número de focos de calor observada agora se deve, principalmente, à definição bem-sucedida de prioridades de ação e à aplicação de todo o conhecimento técnico disponível para o controle das queimadas.
A adoção da Garantida da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA), que se concretizou com a Operação Verde Brasil, permitiu ainda que as Forças Armadas apoiassem as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais realizadas pelos órgãos ambientais, em especial Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Além disso, o governo federal editou, no final de agosto, decreto proibindo queimadas por 60 dias em todo o território nacional. A medida, excepcional e temporária, se somou às respostas aos incêndios que atingiam na época várias regiões, inclusive a região amazônica.
O Ibama manterá 1.550 brigadistas contratados pelo menos até o fim de outubro para garantir a tendência de redução dos focos de incêndio e garantir a proteção de áreas federais prioritárias, principalmente terras indígenas e quilombolas, até a chegada das chuvas.
Fonte: Ascom MMA