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ONU: morte de indígena é ‘sintoma perturbador’ do que acontece no Brasil


Reprodução/TVT - Michelle Bachelet no Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

O desgoverno de Jair Bolsonaro está prestes a entrar em seu oitavo mês e, entre as muitas (e nada abonadoras) definições que tem recebido, uma parece ser unânime: o homem que ocupa o cargo máximo da República transformou suas aparições públicas num palanque de declarações criminosas como desdenhar do assassinato de um índio na Aldeia Mariry, no Amapá, no último fim de semana.

“Usam o índio como massa de manobra, para demarcar cada vez mais terras, dizer que estão sendo maltratados. Esse caso agora aqui… Não tem nenhum indício forte que esse índio foi assassinado lá”, declarou Bolsonaro. A reação foi no mesmo tom, a ponto de a Organização das Nações Unidas (ONU) repudiar veementemente não só a postura autoritária de desumana do presidente quanto a sua obsessão em liberar a exploração de minérios em terras indígenas.

Em comunicado emitido nesta terça (29), a alta comissária para Direitos Humanos da entidade e ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, disse que a morte do líder indígena Emyra Waiãpi é um “sintoma perturbador do crescente problema de invasão de terras indígenas – especialmente florestas – por garimpeiros, madeireiros e fazendeiros no Brasil”.

Ciente do projeto entreguista de Bolsonaro e da destruição crescente da Amazônia (tema que foi capa da edição de domingo do NY Times), Bachelet ainda pediu que reconsidere sua proposta de abrir mais áreas da Amazônia para mineração. “Exorto o governo do Brasil a agir de forma decisiva para deter a invasão dos territórios indígenas e garantir o exercício pacífico de seus direitos coletivos sobre suas terras”, disse ela.

“Tinha que ter exterminado os índios”, declarou Bolsonaro em 1998

Não é preciso mais que uma busca rápida em qualquer site de pesquisa na internet para confirmar o óbvio: Bolsonaro tem repulsa, ódio, ojeriza dos povos indígenas do Brasil. Ao longo de quase três décadas de uma carreira pífia como deputado, o ex-capitão acumulou declarações criminosas e difíceis até de acreditar.

Em 12 de abril de 1998, por exemplo, Bolsonaro respondeu a uma pergunta sobre demarcação de terras indígenas ao Correio Braziliense com a seguinte declaração: “Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios”.

Não custa lembrar que Bolsonaro editou em junho uma nova medida provisória

que reverte decisão de maio do Congresso e devolve a tarefa de demarcação de terras indígenas no país ao Ministério da Agricultura – hoje submisso aos interesses da bancada ruralista.

Fonte: Agência PT de Notícias

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