Do Brasil de Fato - Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, recebeu a solidariedade de 3 mil pessoas que ocuparam a área interna e externa da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro (RJ), nessa terça-feira (30). Durante o ato, o jornalista falou sobre a ameaça de prisão feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Nós sabemos que todos nós podemos sair do país e ir para outro país publicar nossas reportagens, longe de Sérgio Moro e Bolsonaro. Porém, nós decidimos que não faremos isso, eu não me importo com isso. Eu não vou fugir desse país, eu vou ficar aqui”, afirmou o jornalista.
No último sábado (27), Bolsonaro disse que Greenwald pode “pegar uma cana aqui no Brasil”. A declaração veio após o decreto 666, assinado por Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, que visa facilitar a extradição de estrangeiros.
Durante o ato, Greenwald respondeu ao ministro. “Se Moro pudesse me ameaçar ou prender por causa de uma reportagem que estou fazendo, podem fazer isso com todos vocês. Todos os jornalistas, mesmo os que não amam o jornalismo que eu faço”, ponderou.
Entre os presentes na homenagem ao jornalista, estavam políticos e artistas, como Chico Buarque, que também saiu em defesa de Greenwald. “Moro foi eleito homem do ano, o homem que faz a diferença e hoje sabemos qual a diferença. É ‘Lula tá preso, babaca’,
‘Dilma caiu, babaca’. Eu, dentro da minha babaquice, quero manifestar minha solidariedade pelas ameaças que Glenn está sofrendo do presidente de ‘pegar cana’ e por Moro de ser deportado”, declarou o músico.
Greenwald afirmou que o Intercept Brasil seguirá divulgando as conversas entre Sérgio Moro e a força tarefa da Lava Jato. Segundo o jornalista, há farto material sobre o tema. “Temos muito para divulgar e reportar. Os vazamentos ainda vão demorar muito mais tempo”.
“O nosso trabalho é dedicado para confirmar que escolhemos o caminho certo, o da democracia, e que vamos enfrentar os autoritários”, finalizou defendendo a liberdade de imprensa.