Uma sessão especial realizada na quinta (11), no auditório João Batista da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, se debruçou sobre os números do desemprego e em debater propostas para o desenvolvimento econômico e no estimulo a geração de emprego e renda no Pará. A sessão foi coordenada pelo deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa e autor do pedido de reunião.
Na Mesa dos trabalhos estavam ainda o secretário Inocêncio Gasparin, de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda - SEASTER; Eugênia Pinon, Chefe de Gabinete da Casa Civil do Governo do Estado do Pará; Everson Costa, Diretor Estadual do DIEESE. Compuseram a mesa ainda sete representantes de Centrais Sindicais, com atuação e representação de sindicatos de trabalhadores públicos e privados de todo o Estado.
No Brasil, atualmente, são mais de 13 milhões de desempregados e o Pará contribui para esses números com 441 mil desocupados, em dados atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. "Aliados a esses números, podemos agregar que no Pará temos ainda cerca de um milhão e duzentas mil pessoas na chamada informalidade e igual número de um público jovem, na faixa de 15 a 29 anos, que hoje está desocupado e sem perspectivas diante do cenário recessivo da economia", afirmou o diretor do DIEESE, que fez uma exposição inicial sobre a conjuntura econômica e seus reflexos no mercado de trabalho, demonstrando em números a situação.
No Pará, pelos dados do DIEESE, estamos com um saldo negativo de postos de trabalho com carteira assinada em torno de 3.500 empregos, de janeiro a maio deste ano. "Em 2018 tínhamos um saldo no mesmo período de 6 mil postos, o que reflete as dificuldades que estamos vivendo no Pará e esse quadro de desemprego", realçou.
Após o pronunciamentos das representações sindicais foi entregue ao deputado Bordalo e aos representantes do Governo do Pará um documento subscrito pelas Centrais Sindicais, a ser entregue ao governador Helder Barbalho, demonstrando o interesse das lideranças de participar do esforço para implementação de políticas de desenvolvimento econômico e social do Estado, para a geração de emprego qualificado e com distribuição de renda. "A primeira coisa é solicitar a Casa Civil do governo do Estado que institua uma mesa permanente com os trabalhadores, através de suas Centrais Sindicais, para que essa mesa possa contribuir com o desenho de uma proposta de projeto estadual de geração de emprego e renda", falou Bordalo.
Para ele, os trabalhadores estão reivindicando uma maior atenção por parte do poder público, indicando caminhos para se combater o desemprego. "Eles insistem em dizer que a construção civil é uma área potencial para a geração imediata de postos de trabalho necessários. Que a agricultura familiar é uma cadeia produtiva que pode gerar também muito emprego e muita renda", disse.
Por último, informou da realização, no início de agosto, de uma outra sessão especial que vai tratar sobre o potencial econômico da agricultura de base familiar. "O setor quer apresentar ao governo do Pará um plano mais estruturado daquilo que consideram fundamental em termos de obras públicas, concertos de estradas, construções de pontes, de represas, daquilo que pode com baixos investimentos gerar uma dinâmica econômica no Estado para fazer frente a crise econômica no país, para que o Pará produza um ambiente de resistência e sobrevivência a situação nacional", concluiu o parlamentar.
O secretário Inocêncio Gasparin, da SEASTER, informou que o governador Helder Barbalho pretende apresentar de maneira formal no início de agosto um plano de geração de emprego e renda, preocupado que está com os números do desemprego no Pará. "Estamos trabalhando para produzir e recolher por determinação do governador, até agosto, todas as propostas possíveis de geração de novos empregos no Estado, dialogando com todos os setores, empresariais, de trabalhadores e o envolvimento do Estado e do Poder Legislativo, para que o Pará não seja tão impactado por esse cenário nacional de recessão que está se indicando", disse.
Falou ainda das iniciativas já tomadas e coordenadas pela sua secretaria do Programa Jovem Aprendiz, do Governo Federal, no qual as empresas no Pará devem mais de 10 mil vagas a jovens aprendizes colocados na faixa de 14 a 24 anos, com meio expediente. "Precisamos fazer nosso dever de casa, os jovens precisam deste aprendizado, se preparando para o mercado", considerou.
O secretário indicou ainda as áreas econômicas de maior potencial de investimentos do Estado no sentido de geração de emprego e renda. "Estamos avançando e reativando a Construção Civil com a reformas, construção e inauguração de Escolas e temos obras nas áreas estruturantes, como na área rodoviária, que agora com o verão serão aceleradas, e isso abre a possibilidade de novas vagas no mercado", agregou.
Gasparim elencou ainda outras atividades econômicas que tem potencial e que hoje não tem apoiamento necessário do Estado, citando por exemplo, as pequenas mineradoras.
"Está sendo feito um estudo sobre a potencialidade da área de tecelagem. Somos 8 milhões de habitantes e, no geral, adquirimos as roupas de fora do Estado, e de outras atividades que o governo terá que apoiar", explicou.
Citou ainda, como demandas estratégicas para o Estado, a conclusão de obras para viabilizar o setor de exportação. "Estamos sendo demandados para terminar os asfaltamentos das BRs 163 e Transamazônica, concluir as hidrovias e a modernização dos portos", citou.
Na mesa estiveram representando as Centrais Sindicais as seguintes lideranças: Euciana Costa, pela Central Única dos Trabalhadores - CUT; Cleber Rezende, pela Central de Trabalhadores Brasileiros; Ivo Borges pela Força Sindical; Manoel Oliveira, pela União Geral dos Trabalhadores; Beto Andrade, da Inter Sindical; Ailton Cunha, da Com Lutas; e da Nova Central. E ainda, Gilmar Santos, do Sindicato dos Bancários; Ângela Lopes, da Federação dos Trabalhadores da Agricultura – FETAGRI; Alexandre Menezes, da CETARPA; e Indaiá Freire, representante do setor de Áudio Visual.
Fonte: Alepa