A cada nova investida parcial, seletiva e com claras intenções políticas, a Operação Lava Jato passa a ser de investigadora a “investigada” pela opinião pública – que questiona seus reais objetivos desde que Sérgio Moro deixou de ser juiz para ser ministro de um presidente diretamente beneficiado por ele ao tirar das eleições o candidato até então favorito nas pesquisas, em mais um caso de arbitrariedade jurídica.
Agora, quem resolveu ganhar visibilidade foi a equipe da operação em São Paulo, que decidiu “virar a página” para as ações relacionadas a Paulo Vieira de Souza, o suspeito de ser operador do PSDB conhecido como Paulo Preto, e focar a força-tarefa em outros casos, um deles, que envolve parentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A denúncia foi feita pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (25).
Aparentemente satisfeita com a prisão de Paulo Preto, que poderia colaborar para desmembrar o esquema de mais de tês décadas de corrupção do tucanato paulista, os agentes da Lava Jato mais uma vez se “rendem” ao apelo midiático e que atende aos interesses da elite financeira do país e vão trabalhar para levar adiante denúncias vagas contra Lula.
Lava Jato acuada
A pergunta que fica é: se Paulo Preto fosse do PT quanto tempo demoraria para que ele fosse beneficiado com delação premiada e, mesmo que não apresentasse prova nenhuma, sua palavra seria usada como veredicto incontestável pela Lava Jato?
A resposta quem nos oferece é o próprio jornal: as acusações contra o ex-presidente, como era de se esperar, apenas com base em delações de empreiteiros. A única prova que fica é a que todos já sabem: condenar sem provas virou a especialidade da Lava Jato.
Mas não só. Basta lembrar de um dos maiores escândalos do ano no país para entender o que pretende a Lava Jato. Trata-se do caso da fundação privada com recursos oriundos da Petrobras para supostamente promover projetos “anti-corrupção”, que terminou por expor contradições dos procuradores membros da força-tarefa da operação.
Também pesa contra seus agentes um histórico lamentável. Em levantamento divulgado neste domingo (17) pelo UOL, ficou claro que o recurso de delação nem sempre foi usado de maneira correta. O benefício legal, concedido a um réu em uma ação penal que aceite colaborar com aJustiça nas investigações, ganhou novo significado por aqui e, não raro, subvertia o conceito de presunção de inocência: o delator diz algo e, mesmo que não tenha provas, obrigava o delatado a provar que era inocente.
Fonte: Agência PT de Notícias