O principal evento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação, a Semana da Aprendizagem Móvel, ocorreu na semana passada em Paris tendo como foco a inteligência artificial e suas implicações para o desenvolvimento sustentável.
Realizado anualmente na sede da UNESCO, o evento, com duração de cinco dias, teve início com a Conferência Global Princípios para a IA: rumo a uma abordagem humanista?, seguida por um Fórum de Políticas e Oficinas de um dia de duração, um Simpósio Internacional de dois dias, e meio dia de Laboratórios de Estratégia.
A Semana da Aprendizagem Móvel, que tem como tema “Inteligência Artificial para o Desenvolvimento Sustentável” e é organizada em parceria com União Internacional de Telecomunicações (UIT), Fundação ProFuturo e Skillogs, recebeu mais de 100 palestrantes e ofereceu à comunidade de educação, governos e outros atores uma chance para discutir as oportunidades e as ameaças da inteligência artificial na área da educação.
A inteligência artificial tornou-se a nova norma na aprendizagem móvel, mas seus principais potenciais ainda precisam ser explorados e liberados. Há uma forte necessidade de uma revisão holística em suas implicações na equidade e inclusão em educação, na eficiência na gestão da educação, na qualidade da aprendizagem, e no desenvolvimento de habilidades.
Com vistas a maximizar os benefícios da inteligência artificial e atenuar seus riscos potenciais, são necessários planejamento de todo o sistema e ações coletivas para reinventar a base central da educação e da aprendizagem.
O rápido desdobramento da inteligência artificial na educação testa a prontidão das partes interessadas em aproveitá-la, apresentando novos desafios pertinentes a todas as áreas da educação e da aprendizagem, como planejamento de políticas, desenvolvimento de currículos e recursos, formação de professores e desenvolvimento de habilidades.
As principais discussões da Semana da Aprendizagem Móvel tiveram como foco garantir o uso inclusivo e equitativo da inteligência artificial na educação – ações sobre como lidar com as desigualdades relacionadas à condição socioeconômica, de gênero, etnia e localização geográfica; identificar projetos bem-sucedidos ou soluções comprovadas e eficazes com vistas a romper barreiras para o acesso de grupos vulneráveis à educação de qualidade.
Também tiveram como foco potencializar a inteligência artificial para melhorar a educação e a aprendizagem – melhorar os sistemas de gestão da educação, os sistemas de gestão da aprendizagem impulsionados pela IA ou outras aplicações na educação, e identificar novas formas de aprendizagem personalizada que possam apoiar os professores e enfrentar os desafios da educação.
O evento teve ainda o objetivo de discutir a promoção do desenvolvimento de competências para empregos e vida na era da inteligência artificial – apoiar o desenho de estratégias e políticas locais, regionais e internacionais, e explorar como ferramentas de tecnologia móvel alimentadas por IA podem apoiar o desenvolvimento de habilidades e inovação.
Outra intenção do encontro foi discutir formas de proteger o uso transparente e auditável dos dados educacionais – analisar como atenuar os riscos e os perigos da IA na educação; identificar e promover evidências sólidas para a formulação de políticas que garantam a responsabilização, e adotar algoritmos que sejam transparentes e explicáveis para os atores do setor.
Durante a semana, exposições, demonstrações e mais do que 20 oficinas sobre as aplicações inovadoras de IA em educação foram organizados por parceiros internacionais e todos os setores de programa da UNESCO. No Dia Internacional da Mulher (8 de março), os participantes foram convidados a participar de um debate sobre Mulheres na IA.
Fonte: ONU