As vantagens bilaterais da efetivação da rota Manta-Manaus, que tem como foco principal a redução do tempo de transporte entre países como China e Japão para o Brasil, em até 25 dias, em especial para Zona Franca de Manaus (ZFM), foram alguns dos temas discutidos na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), na manhã desta quarta-feira (16), com representantes do Equador, empresários e representantes de órgãos estaduais como Sebrae/AM e Sepror.
A reunião foi liderada pelo deputado Sinésio Campos (PT), um dos defensores do projeto, que acompanhado do deputado Josué Neto (PSD), recebeu a comitiva equatoriana, liderada pelo prefeito da Província de Sucumbíos, no Equador, Guido Vargas Ocanânia. Na ocasião ficou definida a data de 19 a 23 de fevereiro para representantes do parlamento estadual e órgãos interessados visitarem aquele país, tanto na parte terrestre como fluvial.
A Rota Manta-Manaus é apontado como uma nova e mais rápida opção de transporte até o Brasil. O projeto compreende um trecho de rodovia desde o Porto de Manta, no Equador, até o Porto Providencia na Amazônia no Equador. Trata-se de um projeto estratégico para os dois países que pretende incrementar o comércio por meio de hidrovia. Para o deputado Sinésio Campos é um projeto revolucionário porque tira o Amazonas e o Brasil da dependência do Canal do Panamá.
O parlamentar lembrou que desde o Descobrimento do Brasil a relação comercial era só com o Atlântico. “Com isso, ficamos muito tempo de costas para um grande mercado econômico e populacional que é a Àsia, China e Japão”, disse Campos, ressaltando que só tem um caminho para o Brasil interligar territorialmente com o Pacífico, que é por meio do projeto Manta-Manaus que passa pelo Porto Providência, rio Napo até chegar à Tabatinga, onde tem ZFM, mas que não funciona. “O projeto reduz em 25 dias o trajeto de produtos que chegam para abastecer as empresas locais, bem como levar nossos produtos acabados para outros países, além de hortifrutigranjeiros”, sintetizou.
Josué Neto lembrou que um dos grandes gargalos para as importações, recebimento de insumos, e exportações dos produtos acabados da ZFM, é a logística, o que tem prejudicado a vinda de mais investidores para o Estado. A solução do projeto Manta-Manaus, que fica às margens do Oceano Pacífico, vai fazer com que ao invés de 90 dias, um produto chegue a Manaus em 25 dias. “É mais de 60% na diminuição do tempo, que para o empresário significa dinheiro”, frisou.
Balança comercial
O prefeito Guido Vargas Ocanânia disse que o maior benefício do projeto é a redução da distancia, o que incentiva a relação comercial de países como Equador, Colômbia, Peru e Brasil. “Esse projeto vai ser muito importante para a balança comercial desses países”, frisou, lembrando que será uma honra receber os representantes do Poder Legislativo e Executivo do Amazonas, assim como a Suframa, visando colocar o projeto em prática o quanto antes.
O empresário do Porto Providencia Amazônia no Equador, José Roberto da Silva, que trabalhou em projetos da Paranapanema, Mineração Taboca, Petrobras e Sivam, também considera a rota Manta-Manaus interessante, porque vai ajudar na logística desses países como o Brasil e em especial com a ZFM. “Manaus necessita de alguns produtos fabricados no Equador e aquele país também necessita dos daqui, principalmente do Polo Industrial de Manaus (PIM)”, sintetizou, lembrando que essa logística vai dar maior valorização ao modelo ZFM.
O representante da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Malvino Salvador, disse que um dos grandes problemas regionais está relacionado à logística, dificuldade no escoamento da produção, seja na importação ou na exportação. “Temos uma série de produtos que podemos colocar nos mercados, porém temos um custo muito grande para fazer esse acesso. Logo, esse encurtamento da distância evidentemente vai contribuir para uma maior competitividade dos nossos produtos no mercado”, frisou.
Fonte: Aleam