O apreço de Jair Bolsonaro pela cartilha autoritária imposta ao povo durante os anos de chumbo ficou evidente diante de suas escolhas para compor o corpo ministerial. O seu futuro governo, aliás, terá sete ministros com formação militar, número maior até mesmo do que mandato do general Castelo Branco (1964-1967), primeiro a comandar o país na ditadura militar, segundo reportagem publicada peloEstadão.
O presidente eleito terá o mesmo número de militares da gestão do general Emílio Garrastazu Médici. Se a configuração atual fosse aplicada aos governos do passado, somente o de Costa e Silva teria o mesmo número de militares que Bolsonaro. E, se este tivesse um ministério com a antiga configuração, seu governo teria 10 ministros militares, mais do que qualquer um na história.
Analistas ouvidos pelo jornal Estadão avaliam que esse fenômeno pode ser explicado por uma simples razão: eles fazem parte do universo do presidente eleito e indica dificuldade nas negociações. O partido do presidente eleito, PSL, existe desde 1994, mas despontou no cenário político apenas neste ano. Em 2014, elegeu um parlamentar. Quatro anos depois, a bancada saltou para 52.
Bolsonaro é o terceiro presidente eleito por voto direto que veio das Forças Armadas. O primeiro foi Hermes da Fonseca, em 1910, tendo 2 militares entre seus 7 ministros, e Eurico Gaspar Dutra, que em 1946, colocou 4 militares entre seus 10 ministros. Em sua gestão, não apenas Bolsonaro indicou um número expressivo de militares, mas também para quase todas as vagas ligadas a infraestrutura, o que também ocorreu durante o regime militar.
Veja quem são os escolhidos:
Antônio Hamilton Martins Mourão (Vice-presidente) Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional) Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) Fernando Azevedo e Silva (Defesa) Maynard Marques de Santa Rosa (Secretaria de Assuntos Estratégicos) Guilherme Theophilo (Secretaria Nacional de Segurança Pública) Almirante Bento Costa Lima Leite (Minas e Energia)
Fonte: APT de Notícias com informações do Estadão