Uma análise realizada pela empresa AP/Exata no Twitter, com os chamados perfis de interferência – que são ativistas ou contratados – mostrou que a atuação de perfis falsos e robôs na rede social caiu após as eleições, mas ainda há uma quantidade significativa dessas contas agindo com mensagens a favor de Jair Bolsonaro (PSL), e contra Fernando Haddad. As informações são do jornal Folha.
O estudo coletou dados de 145 cidades brasileiras e mostra que o número de perfis de interferência mencionando Bolsonaro ou termos relacionados a ele caiu 73% entre a semana anterior ao segundo turno (de 22 a 28/10) e a primeira semana de dezembro (de 2 a 9/12). Já com Haddad e termos ligados ao PT e à esquerda, a queda foi de 94%.
De acordo com a amostragem, ainda há pelo menos 2.078 robôs, perfis falsos e militantes
mencionando Jair Bolsonaro. Para o diretor de Big Data da AP/Exata, Sergio Denicoli, “o fato de ainda estarem em atividade mostra que provavelmente serão usados durante o governo na tentativa de moldar as narrativas e conseguir apoio para determinados temas”.
O total de postagens dos perfis de interferência citando Bolsonaro caiu de 64.378 para 9.735 e no caso de Haddad caiu de 52.297 para 732.
Um dos perfis analisados no teste, de nome “Rodrigo 1988”, foi criado em outubro e compartilha apenas conteúdo pró-Bolsonaro. Em apenas dois meses, foram 3.114 tuítes e 9.815 curtidas, uma média de 43 tuítes e 136 curtidas por dia, muito acima do que o normal para os usuários mais ativos do Twitter.
O Twitter, que não respondeu satisfatoriamente aos questionamentos da justiça durante o processo eleitoral e que tao pouco tomou medidas para combater as notícias falsas, criticou o estudo e em nota afirmou lamentar “que seja dado crédito a um relatório metodologicamente falho, cujos critérios técnicos não conhece”.
O PT não fez e não faz uso de robôs nas redes sociais, conforme esclareceu o secretário de comunicação do partido, Carlos Árabe. “O PT não fez no período eleitoral e nem faz agora uso de robôs ou bots em redes sociais. Toda nossa ação digital se baseia no relacionamento orgânico com nossa base social”.
Fonte: APT de notícias, com informações da Folha