A Vigília Lula Livre completou nessa terça-feira (23) 200 dias de resistência democrática e luta pela libertação do ex-presidente, preso político na Polícia Federal em Curitiba. “Para mim o significado dessa resistência é demonstrar que não vamos nos cansar e não vamos nos entregar em relação à injustiça contra o companheiro Lula”, afirma Florisvaldo Souza, integrante do Diretório Nacional do PT e da coordenação da Vigília.
Nesses 200 dias a mobilização evoluiu muito, das barracas e cozinhas improvisadas nas ruas vizinhas à Polícia Federal, até uma Vigília bem estruturada que ocupa áreas alugadas pela coordenação, melhorando a segurança dos militantes. “São 200 dias que estão em nossa memória e apontam que vamos ter muita luta pela frente, pois só vamos sair daqui quando Lula sair dessa prisão nos braços do povo”, diz Souza.
A militância está motivada e pronta para estar com Lula o tempo que for preciso. “Os militantes estão aqui porque acreditam. Duzentos dias não são pouca coisa, 200 dias e não falhou um bom dia, boa tarde e boa noite, no sol, no frio, geada e muita chuva”, observa Florisvaldo.
A disposição de resistir pela liberdade de Lula é confirmada pelos que mudaram de mala e cuia para Curitiba, depois que o ex-presidente foi preso. Um deles é Adinaldo Aparecido Lemos Batista, o Batista do Megafone que aparece diariamente nas lives da Vigília. “Estou aqui há seis meses e só saio quando o Lula sair. Vai ser muito emocionante. Isso aqui não é coisa pouca. É coisa da história, que vai ficar para a vida toda”, diz ele, que foi boia-fria no Paraná antes de ir colher café em Minas Gerais.
Batista contabiliza mais momentos bons que ruins na Vigília. “Vêm muitos artistas, padres, pastores. Isso aqui é uma escola também e a gente aprende muito. É um ambiente de muita emoção, com gente chorando porque o Lula está preso inocente. Isso dá emoção na gente também, porque a gente é humano, é carinhoso, né?”, explica.
Maria Maciel chegou à Vigília antes que Lula fosse trazido para a PF, assumiu papel importante na cozinha e hoje é uma referência na mobilização. “O momento mais difícil foi ver Lula chegando. Foi o caos, toda aquela polícia e as bombas, um retrocesso”, lembra.
“Vamos ficar aqui. Enquanto Lula não sair, nós vamos perturbar eles, sim”, avisa Maria, que é filiada ao PT há 37 anos e milita também no MST e no MTST.
Outro que está na Vigília desde o primeiro dia é Sérgio Ubiratã Alves de Freitas, professor, petista e natural de Garanhuns (PE). “Quem diria? São 200 dias de luta, de resistência e de esperança de termos de novo o Brasil para os brasileiros”, afirma Sérgio, que é vizinho da Vigília e a visita diariamente.
Para Sérgio, a Vigília ainda tem muito a contribuir com o Brasil. “Acompanho e participo desde o dia 7 de abril desse movimento de resistência e de esperança, tão necessário ao Brasil nos dias de hoje, em que a gente precisa combater a barbárie, o ódio, e resgatar a felicidade para o povo brasileiro com o projeto que o Partido dos Trabalhadores está colocando, que é Haddad presidente”, diz.
Sérgio é um dos que tomou para si a tarefa de estar na Vigília e apoiar a luta pela democracia. “Temos que estar aqui com os companheiros, trazendo nossa solidariedade e nosso calor humano ao nosso presidente, esse homem que mudou a história do Brasil e transformou um país submisso numa potência. Precisamos mais que nunca resgatar a esperança e a esperança é o Partido dos Trabalhadores na Presidência com Haddad”.
Fonte: APT - por Luis Lomba, de Curitiba/Foto - (Crédito: Joka Madruga/Agência PT