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Tiros contra Embaixada dos EUA na Turquia são um aviso


De um carro em movimento partiram os tiros que acertaram a guarita da Embaixada dos Estados Unidos em Ancara, capital da Turquia, às 5 horas da manhã desta segunda-feira (20). Não há registro de feridos. Mas o aviso foi dado: as relações entre os dois países estão a ponto de degenerar para a violência.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer a libertação de um pastor norte-americano acusado de terrorismo: Andrew Brunson.

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, deseja que seu prisioneiro seja trocado por uma turca presa em Israel.

Os dois presidentes acertaram a troca na reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no mês passado, mas Erdogan apenas tirou Brunson do presídio e o deixou em prisão domiciliar.

Consta que Trump ficou furioso. Agora, ele estaria exigindo a liberdade incondicional do pastor.

No início do ano, 4 liras compravam 1 dólar; e agora 1 dólar vale 6 liras. Com sanções norte-americanas que podem crescer, a Turquia não vai conseguir pagar US$ 120 bilhões em dívidas até o fim do ano. A crise econômica pertence a Erdogan, e o seu agravamento, a Trump.

A Grécia estava em situação pior que a Turquia, em 2010. Hoje, ela quita a última parcela dos cerca de 290 bilhões de euros que a salvaram.

A Turquia segue na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e terá que se submeter a tempos de dura austeridade.

Chamado de sultão pelos amplos poderes que assumiu, é tudo que Erdogan não quer: austeridade significa impopularidade. Além do mais, render-se a Trump, para ele, será humilhar-se diante dos turcos.

*O jornalista Moisés Rabinovici é comentarista da Rádio Nacional e apresentador do programa Um olhar sobre o Mundo, na TV Brasil.

Fonte: Agência Brasil

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