Desafiando o golpe e o cerco judicial-midiático, candidatura do ex-presidente foi confirmada durante um ato que reuniu mais de 50 mil em Brasília
A maré vermelha que coloriu Brasília sagrou o passo fundamental para a vontade popular: Lula foi registrado candidato nos braços do povo. Gestado nos quatro cantos do país, o grande ato de marcou um acontecimento inédito na história brasileira. Mais de 50 mil pessoas, informou a organização.
Concentrados desde as 14 horas no Ginásio Nilson Nelson, movimentos feministas, campesinos, sindicais e pró- LGBT desceram em marcha até a sede do Supremo Tribunal Eleitoral por seis quilômetros. Também vieram representantes indígenas e estudantis. “É ele quem levou luz para as terras indígenas, quem levou saúde pra nós. Nós acreditamos no Lula, estamos aí para lutar juntos”, afirmou o representante da etnia kaingang.
O sol a pino e a longa viagem até a capital federal não esmoreceram os manifestantes. Vindos de Poços de Caldas, Maria Raimunda, Luan e a mãe Luênia Maria passaram mais de vinte horas na estrada para ver de perto o registro da candidatura de Lula. O trio vive em Poços de Caldas e faz parte dos Movimento Nacional dos Catadores.
“Recebemos ajuda do Lula, da Dilma, todo ano eles estão com a gente. Para nós, tem que ser Lula”.
Por volta das 17 horas, Gleisi, Haddad, Manuela e representantes do PROS e do PCdoB começaram a marcha final do grande ato. Dessa vez, em direção ao TSE. Uma horda de apoiadores e repórteres os seguiu até o quinto andar do prédio. Foi numa sala discreta que Lula foi confirmado candidato, agora pela quinta vez.
Em questão de minutos, a presidenta nacional do PT saiu com os registro em mãos e andou de volta ao trio elétrico para dizer ao povo: Lula é sim, o nome do partido para disputar e vencer mais uma vez as eleições.
“Emocionante é a palavra que mais resume esse ato. Emocionante porque é uma data histórica. É a primeira vez que o registro de um candidato é feito nos braços do povo. Muita gente queria que não estivéssemos aqui. Trabalharam para que não estivéssemos aqui. Vencemos esta primeira etapa”, disse.
Ainda dentro do prédio, o vice Fernando Haddad ressaltou a importância simbólica do registro. “Nesse momento, a gente tá preocupado em garantir a soberania popular. E o povo quer ver Lula nas urnas.” Ele foi o escolhido para ler a carta que Lula preparou especialmente para o evento (leia na íntegra aqui).
O ato teve ainda a presença da presidenta eleita Dilma Rousseff – agora candidata ao senado em MG. Sobre o carro, ela comemorou o registro e agradeceu a resistência dos que lutam pelos seus direitos desde o golpe de 2016. “Hoje ganhamos com nossa força, nossa convicção e a certeza que Lula é inocente. Nossa presidenta Gleisi Hoffman tem aqui o papel que prova que nos registramos Lula candidato a presidência do Brasil, Haddad vice. E faz parte desse grupo vencedor a Manuela.”
“Aqui estamos nós, inteiros, de pé, depois de um golpe em 2016. Eles achavam que iam nos destruir. Achavam que nós não iríamos resistir, mas nós ficamos de pé, como o povo brasileiro, corajoso, que enfrenta todas as adversidades”, completou.
Também estiveram presentes o ator Sergio Mamberti, o teólogo Leonardo Boff e diversas lideranças do partido: Paulo Pimenta, Paulo Teixeira, Wadih Damous, Eduardo Suplicy, Regina Souza, Jaques Wagner, Lindbergh Fariase outros.
Os caminhões e viaturas da tropa de choque da Força Nacional foram recebidos aos gritos de ‘ Lula Livre’. Só na entrada do TSE, mais de vinte policiais faziam a escolta. Mas não foi preciso apelar para a violência e o ato transcorreu sem qualquer atrito.
Ao final, Haddad compartilhou uma mensagem de esperança com os manifestantes, lembrando a liderança absoluta de Lula nessas eleições, apesar das adversidades.
“Ele foi condenado sem provas, por um ato indeterminado. É muito difícil se defender de um ato indeterminado. Em condições normais de temperatura e pressão, o Lula ganha em primeiro turno. Com tudo que está acontecendo, ele ganha em segundo turno. Os outros candidatos patinam, não sabem se expressar, apresentar ideias. Temos um craque aí disponível para entrar em campo. Não vamos deixar um craque desses no banco.”
Fonte: Agência PT de Notícias - por Thais Reis