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Venezuela recebe a XV Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América


Presidente da Alba repudia a proibição da Venezuela participar da Cúpula da Américas, em abril, no Perú / Foto: Agencia Venezolana de Noticias

Do Brasil de Fato - Neste 5 de março, diversos eventos foram realizados na Venezuela, no marco dos cinco anos da morte do ex-presidente da Venezuela.

“Hugo Chávez é imortal para seu povo”, disse o presidente da Bolívia, Evo Morales, durante homenagem ao comandante no quartel da Montanha, em Caracas, lugar onde está o mausoléu com os restos mortais do ex-presidente venezuelano. “A melhor homenagem que podemos fazer á Chávez é recuperar a unidade, resgatar a grande mensagem pela vida, pela mãe-terra e, sobretudo, a luta pela dignidade do povos”, destacou Morales.

De manhã, os presidentes Nicolás Maduro e Evo Morales participaram da uma cerimônia de tributo e depois se dirigiram ao Palácio Presidencial de Miraflores, no Centro de Caracas, para celebrar a Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (Alba-TCP).

Dessa reunião de chefes de Estados, participam os presidentes Daniel Ortega (Nicarágua), Raul Castro (Cuba) e Roosevelt Skerrit (Dominica). Do lado de fora de Miraflores, uma multidão estava concentrada para assistir outra homenagem à Chávez, onde o presidente Maduro discursou ao público.

Além disso, na segunda-feira (5), começou evento internacional de solidariedade Todos Somos Venezuela, com participação de delegados de organizações políticas, movimentos populares, universidades e governos que apoiam a Revolução Bolivariana. Um dos momentos solenes desse dia foi a cerimônia militar, com um tiro de canhão, celebrada com a presença dos chefes de Estado, às 17h25, hora em que foi declarada a morte do comandante Chávez, em 5 de março de 2013.

Para a moradora de Caracas, Carolina Duarte, uma das milhares de venezuelanas concentradas em frente ao Palácio Miraflores, o ex-presidente mantinha uma forte relação com a população. “Chávez é lembrado como presidente humilde, que amava o povo. Por isso, é importante para todos nós manter seu legado, não permitindo que a direita volte ao poder”, diz a simpatizante do líder venezuelano.

O professor Adolfo Cunha, cidadão do estado Bolivar, viajou oito horas para assistir as homenagens ao ex-presidente. “Sempre dizemos que Chávez foi semeado. Ele lutou por nós até seus últimos dias. A imagem mais forte dele foi seu último ato público, no encerramento da campanha presidencial de 2012. Lembro-me do seu discurso, debaixo de chuva, arriscando sua saúde para estar com o povo”, recordou o professor.

Em frente ao Miraflores, a prefeita de Caracas, Erika Faria, falou para a multidão sobre os desafios da atualidade:

“A direita tenta manchar um processo histórico que começou com o presidente Hugo Chávez. Mas não haverá império que possa com a valentia da população venezuelana. Por isso, estamos aqui hoje reafirmando nossa lealdade com o país”, disse a prefeita, considerada uma das jovens herdeiras políticas de Chávez.

Reunião da Cúpula das Américas

Em seu pronunciamento, na reunião oficial da Cúpula da Alba, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, ressaltou a presença de todos os líderes dos oito países da Alba-TCP, além dos líder independentista de Porto Rico, Oscar López Rivera.

Maduro destacou que o organismo vai tomar medidas conjuntas em relação a posição do governo do Peru, de proibir a participação da Venezuela na VIII Cúpulas das Américas, em Lima, nos dias 13 e 14 de abril. “Em breve vamos anunciar algumas medidas conjuntas. A Venezuela vai batalhar para ser ouvida. A Venezuela não cala ninguém. Esse tema está em debate. Acordamos pontos de debates na reunião privada entre os presidentes”, afirmou Maduro.

Ele também disse que os países da Alba vão ampliar a cooperação econômica. “Nessa reunião decidimos articular um plano econômico conjunto para a nova etapa da Alba. Propomos que a [moeda virtual] Petro faça parte da agenda do debate comercial”, revelou Maduro.

Nessa 15ª Cúpula da Alba-TCP, os presidentes também debateram a necessidade de retomar as reuniões da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

O presidente de Cuba, Raúl Castro cobrou o cumprimento do direito internacional de não intervenção. "A única solução para resolver os problemas da Venezuela está nas mãos dos próprios venezuelanos", disse. Ele também criticou a postura do governo dos Estado Unidos em declarar a Venezuela "uma ameaça inusual". O líder cubano repudiou as sanções dos EUA contra a Venezuela.

"Trata-se de agressões econômicas contra o povo venezuelano", afirmou Raúl Castro.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega frisou o papel da Alba na origem de outros organismos regionais. "Não poderíamos imaginar a Celac sem a Alba. Daqui surgiu a construção de outros espaços de debates políticos latino-americanos e caribenhos", lembrou.

O presidente nicaraguense falou ainda sobre o caráter democrático dos organismos regionais como a Unasul, a Celac e a Alba. "Em nenhuma dessas reuniões foram colocadas condições para países participarem. Desde o surgimento destes espaços foi possível discutir nossas diferenças".

Para Ortega, a decisão de não permitir que a Venezuela participe da Cúpula da Américas, no Peru, representa um "retrocesso" e um "atropelo" à livre determinação dos povos e ao direito internacional. "Ir contra o presidente da Venezuela é ir contra o povo da Venezuela que o elegeu", finalizou Daniel Ortega.

Foto: Agencia Venezolana de Noticias

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