“O Estado do Amazonas continua a enfrentar graves problemas em relação ao sistema de abastecimento de água tanto em Manaus como no interior: Manaus ainda tem 200 mil pessoas sem água encanada em suas casas”. Este diagnóstico foi apontado pelo relatório final do Grupo de Trabalho (GT) do Saneamento Básico no Estado do Amazonas, constituído pela Assembleia Legislativa (Aleam) e que, de fevereiro a dezembro de 2017, mapeou os problemas de abastecimento de água potável, drenagem urbana, esgotamento sanitário e limpeza pública de cada um dos 62 municípios amazonenses.
Coordenado pelo presidente da Comissão de Geodiversidade e Recursos Hídricos, Minas, Gás e Saneamento Básico, deputado Sinésio Campos (PT), o Grupo de Trabalho reuniu em cinco volumes, um levantamento detalhado dos problemas – causas e efeitos – nas áreas pesquisadas, com informações coletadas em diversos órgãos públicos e civis, ligados ao setor.
A ideia por trás do GT, segundo explicou o deputado Sinésio Campos, é abastecer o parlamento estadual de informações sobre esse setor, para que o Poder Legislativo possa colaborar na definição de uma política estadual de saneamento básico, ainda inexistente. “O Governo do Estado deve nos enviar uma proposta para a Política Estadual de Saneamento Básico, com a inclusão de temas como planejamento, gestão compartilhada e controle social. Então, estamos nos preparando para debater esse assunto e oferecer à população o melhor serviço possível”, apontou Sinésio.
Segundo o relatório do GT do Saneamento, em Manaus cerca de 600 mil pessoas viviam sem abastecimento de água até o pleno funcionamento do Programa de Águas para Manaus (Proama) em 2014/2015. Essa situação vivida especialmente, nas zonas Leste e Norte da capital, fez com que mais de 25% da população manauense recorresse a fontes inapropriadas – poços tubulares irregulares, clandestinos, cacimbas e até carros-pipas – para conseguir água necessária à sobrevivência.
O Proama resolveu parte do problema levando água para cerca de 400 mil pessoas, mas cerca de 200 mil pessoas ainda continuam a enfrentar a falta d’água em suas casas, afirma o relatório.
Outros problemas vão de faturas não entregues; qualidade da água; ligações clandestinas; corte indevidos, serviços inacabados, baixa pressão; vazamento na rede pública; cobranças indevidas; poços irregulares e clandestinos e perdas na distribuição.
Fonte: ALEAM