Ao abrir ontem a sessão de instalação do Fórum sobre a Privatização do Setor Elétrico no Amazonas, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Abdala Fraxe (Podemos) disse que a ideia do deputado Sinésio Campos (PT), de criar um ambiente para debater a venda do setor elétrico é muito importante, haja vista que “existe uma preocupação enorme de toda a população com o que vai acontecer, principalmente com o interior do Estado, havendo essa privatização”.
A criação do fórum é uma iniciativa da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia (CGEO) da Aleam, presidida pelo depurado Sinésio Campos, cujo objetivo é debater as questões relativas à privatização do setor de energia do Amazonas, a fim de articular, centralizar e potencializar as ações necessárias para gerar uma proposta de solução alternativa ao setor, contemplando a prestação de um serviço de qualidade e a redução tarifária principalmente à população do interior.
O deputado Sinésio Campos, que se declara contra a privatização nos moldes que vem sendo feita em outros Estados, defende uma modelagem própria para a nossa região, onde programas como o “Luz para Todos” não corram risco de desaparecer, tendo em vista os benefícios que já levou ao interior. “Não dá para privatizar um patrimônio público como o setor elétrico, sem que a sociedade fique sabendo detalhadamente quais serão os ônus e os bônus que virão com esse modelo”, argumentou.
Para o presidente Abdala Fraxe, a Amazonas Energia é uma empresa que hoje, bem ou mal, consegue ter uma capilaridade muito grande no Estado e que em Manaus possui um sistema superavitário, portanto interessante do ponto de vista econômico. “Porém, a nossa preocupação é justamente com a manutenção de um padrão de qualidade e tarifas baixas nos municípios do interior como Juruá, Itamarati, Envira, e outros, onde as dificuldades de logística e manutenção são enormes”, explicou.
“A gente tem que lutar para que se esse fato realmente acontecer, tendo em vista que já está marcado o leilão, seja criado algum tipo de regra dentro desse modelo, que evite que a nossa população interiorana seja abandonada”, sustentou Fraxe. “Por isso essa discussão é necessária e esse fórum é importantíssimo para a sociedade, de modo que, se chegar à conclusão que essa privatização não é a melhor solução, que se reveja”, completou.
Participaram da instalação do fórum representantes da Prefeitura de Manaus, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Amazonas (STIUAM), da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), da Associação Amazonense de Municípios (AAM), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), do Portal do Consumidor do Procon-AM, do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Fonte: Aleam