Em artigo, o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), analisa a resistência do presidente ilegítimo Michel Temer em deixar o cargo, mesmo diante da sua desmoralização política e pessoal. Ele lembra que o Governo ilegítimo submeteu o movimento social e sindical a uma repressão brutal, em manifestação da semana passada.
Para o líder, o País caminha para uma ditadura, cujas consequências serão nefastas não só para o movimento de oposição, mas para a democracia. Diante deste quadro, discorre, o PT já discute lançar a sugestão de eleições gerais para todos os cargos. “Eleições diretas, livres e democráticas para deputados, senadores e presidente da República! Uma forma de pacificar o País e acabar com a crise política. E também de garantir ao eleitor o direto de escolher o quem governará o Brasil. Essa crise está nos levando ao empobrecimento e ao aumento do desemprego”, diz o texto. Leia a íntegra:
Eleição geral é a única solução para crise política e social
Mesmo diante da sua desmoralização política e pessoal, Michel Temer insiste em permanecer no cargo. E a cada dia que continua no comando do País a crise política, econômica e social se intensifica. É um governo ilegítimo, antinacional e antipopular que não reúne mais condições de continuar gerindo o País e nem de resolver os graves problemas enfrentados pelo povo brasileiro.
Temer cometeu crime de responsabilidade e quebra de decoro ao receber na calada da noite o empresário Joesley Batista, dono da JBS e investigado na Operação Lava Jato.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, há indícios de crimes de corrupção e obstrução da Justiça. Diante da gravidade dessas acusações, a saída mais honrosa e rápida é a renúncia. Na Câmara dos Deputados, 13 pedidos de impeachment já foram apresentados e aguardam deliberação do presidente da Casa.
Apesar de enfrentar uma avalanche de denúncias de corrupção e a acusação de obstrução da Justiça, Temer quer impor uma agenda de retrocessos. Quer aprovar sem discutir com a sociedade — atendendo só o capital financeiro e o empresariado — as reformas previdenciária e trabalhista. Querem empurrar uma política econômica de arrocho para o povo e de medidas favoráveis ao capital financeiro e estrangeiro.
Outra trapalhada autoritária desse governo foi a decisão, na última semana, em meio aos maiores protestos contra seu governo, de editar e imediatamente revogar ato que autorizou o uso de tropas das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, por completa condenação da sociedade.
Submeter o movimento social e sindical a uma repressão brutal é uma decisão antidemocrática que busca na realidade impedir que outras manifestações ocorram. E temos dito que nosso País caminha para uma ditadura, uma ditadura cujas consequências serão nefastas não só para o movimento de oposição, mas para a democracia. Um governante que não suporta uma manifestação não tem condições de continuar no cargo em uma democracia.
A manifestação do último dia 24 de maio, reprimida com violência pela polícia, reuniu mais de 150 mil pessoas nas ruas de Brasília. Foi uma manifestação histórica que demonstrou toda a insatisfação da população com o governo Temer diante das denúncias e das medidas de arrocho e retiradas de direitos dos trabalhadores.
É por isso que o Partido dos Trabalhadores já discute lançar a sugestão de eleições gerais. Ou seja, antecipar por completo as eleições de 2018 para todos os cargos.
Eleições diretas, livres e democráticas para deputados, senadores e presidente da República! Uma forma de pacificar o País e acabar com a crise política. E também de garantir ao eleitor o direto de escolher o quem governará o Brasil. Essa crise está nos levando ao empobrecimento e ao aumento do desemprego.
O governo de Michel Temer é sinônimo de retrocessos e de crimes de lesa-pátria. Digo isso com a convicção que sua permanência vai intensificar a crise política, econômica e social. Só a convocação de uma eleição democrática permitirá a retomada do crescimento e do desenvolvimento.
Artigo publicado originalmente no Blog do Noblat