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Instituto Mamirauá testa nova tecnologia para monitoramento de mamíferos aquáticos


Com a ajuda de drones, pesquisadores percorreram 400 km do rio Juruá em busca dos botos da Amazônia. Crédito: Instituto Mamirauá

A maior floresta tropical mundo é o cenário da série que mostra a jornada dos pesquisadores para monitorar e identificar o comportamento de botos com o uso de drones. Lançada pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com o WWF (World Wild Foundation) e a Conservation Drones, a websérie "Expedição Ecodrones – Botos da Amazônia" reúne cinco vídeos de curta duração disponíveis na internet.

O projeto é o primeiro no mundo a utilizar a tecnologia para monitoramento populacional de mamíferos aquáticos em rios amazônicos. Os drones percorreram 400 quilômetros pelo rio Juruá, próximo ao município de Tefé (AM). Em oito dias, 791 animais foram avistados. A ideia é testar e aprimorar as técnicas e metodologias para a utilização de drones em pesquisas científicas e utilizá-los para otimizar atividades de campo, que exigem grande esforço da equipe e alto investimento de recursos.

"Após a análise das imagens geradas, será possível definir os parâmetros mais adequados e desenvolver um algoritmo de identificação automática de botos", explica a pesquisadora Miriam Marmontel, do Instituto Mamirauá.

Segundo ela, a metodologia atual envolve 10 pessoas posicionadas na proa de um barco que, com os olhos fixos na água, registram os animais avistados em um raio de 180 graus. Miriam acrescenta que o levantamento será realizado em diversos rios da Amazônia para conhecer a diversidade populacional da espécie. "Os dados de abundância populacional contribuem para o conhecimento do real status da espécie e para estudos de viabilidade populacional."

Espécies ameaçadas

Na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), as duas espécies da região – o boto vermelho (Inia geoffrensis) e o tucuxi (Sotalia fluviatilis) constam como "dados insuficientes" em decorrência da limitada quantidade de informações sobre suas populações, ecologia e taxas de mortalidade.

De acordo com a pesquisadora, mamíferos aquáticos amazônicos tendem a deslocar-se para diferentes ambientes de acordo com a variação do nível da água, oferecendo desafios a seu monitoramento. "Botos e ariranhas, por exemplo, seguem os peixes para dentro do igapó quando a água sobe, e o peixe-boi migra de uma área de várzea para lagos profundos de terra firme quando o nível do rio cai. O uso de drones representa uma forma de atacar esse problema, possibilitando estudos de deslocamentos, uso e ocupação de habitat e estimativas populacionais ao longo do ano", diz Miriam.

Fonte: Instituto Mamirauá

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