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UFABC desenvolve veículo robótico submarino para inspeção de cascos de navios


Um veículo robótico submarino para inspeção de cascos de navios foi criado na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo. O projeto, desenvolvido por alunos de graduação e pós-graduação em Engenharia Mecânica, foi coordenado pelo professor Juan Pablo Julca Avila, com apoio da FAPESP. .

Um protótipo do veículo – com propulsores e esteiras motorizadas, flutuadores e sensores – já foi testado com sucesso em uma piscina de mergulho e no tanque de provas do Departamento de Engenharia Naval da Universidade de São Paulo (USP). O protótipo respondeu adequadamente aos comandos remotos dos operadores nos modos de “voo livre” e “rastejo”. “Agora, na segunda fase da pesquisa, queremos levá-lo a Santos, para testar sua locomoção e o sistema de aderência sobre o casco de um navio em alto-mar”, disse Avila à Agência FAPESP.

O grande diferencial desse veículo em comparação com outros similares é que, além de fazer a inspeção visual do casco, com o emprego de câmera, ele também pode se deslocar sobre o casco, por meio de esteiras, segundo o pesquisador. Desse modo, utilizando equipamento de ultrassom, é capaz de detectar eventuais fissuras ou falhas estruturais e verificar se a espessura do casco está dentro dos limites de tolerância.

A aderência do veículo ao navio é obtida por meios puramente mecânicos, com o uso de quatro propulsores dispostos verticalmente. Girando em um sentido, as hélices dos propulsores o pressionam contra o casco; girando em sentido contrário, fazem com que se afaste. Desse modo, foram evitadas rodas magnéticas, que limitariam sua operação apenas a cascos de aço e também o tornariam muito pesado e difícil de manobrar.

“Trata-se de um veículo robótico híbrido que combina dois modos de operação. O primeiro é o do ‘voo livre’, no qual, propulsionado por hélices, ele se movimenta debaixo d’água, dirigindo-se à região de interesse. Uma vez perto do navio, o veículo posiciona-se de forma que sua base fique em contato com o casco. Então, entra em funcionamento o segundo modo de operação, que é o de ‘rastejo’, no qual ele usa esteiras motorizadas para se deslocar”, detalhou o pesquisador.

Controle automático de aderência

Essa funcionalidade adicional faz dele um HROV (Hybrid Remotely Operated Vehicle) e não simplesmente um ROV (Remotely Operated Vehicle), como similares mais convencionais. Montado em uma estrutura de polipropileno, o veículo funciona com energia elétrica, provida por uma fonte externa e transmitida por meio de um cabo umbilical. “Com sua robustez estrutural e controle automático de aderência baseado na medição da pressão de contato, é capaz de operar em ambiente offshore”, afirmou Avila.

O pesquisador informou que seu grupo já entrou em contato com o órgão da UFABC encarregado dos pedidos de patentes. Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Nacional de Trujillo, no Peru, Juan Pablo Julca Avila fez seu mestrado e doutorado na Escola Politécnica da USP. Atualmente, é professor adjunto do grupo de Engenharia Aeroespacial da UFABC.

Fonte: Agência FAPESP - por José Tadeu Arantes

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