Com o objetivo de estimular a maior participação das mulheres da região amazônica na área de Ciência e Tecnologia, bem como promover a interação entre mulheres profissionais e meninas em formação e estimular o ingresso de mulheres em cursos de graduação e carreiras de tais áreas, o Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (ICOMP/UFAM) promove no próximo dia 21 de agosto, o Cunhantã Digital. O evento, que está em sua primeira edição, faz parte da Amazon Advanced School on Software Quality (AASSQ) e acontecerá em Manaus, no Studio 5 Centro de Convenções. A iniciativa faz parte de um movimento nacional apoiado pelo Women in Information Technology (WIT), evento satélite do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC), pelo projeto Meninas Digitais, também da SBC, voltado para meninas do ensino médio, e pelo projeto SciTechGirls do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas, voltado para o desenvolvimento de aplicativos e participação de mulheres em competições de programação científicas e tecnológicas.
Na programação, a partir das 9h, as exposições começam com um painel sobre o tema “Mulheres em TI – Taking Control”, do qual participarão as professoras Cláudia Capelli, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); Karin Breitman, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); e Rosiane de Freitas, da UFAM. Participará também do painel a senadora da República pelo Amazonas Vanessa Grazziotin, que também é Procuradora da Mulher no Senado Federal.
À tarde, acontece a apresentação do Projeto SciTechGirls, juntamente com a International Women Hackathon (Grace Hooper conference), a cargo da professora Rosiane de Freitas. Também serão apresentados os aplicativos “Mommy’s BeneFIT”, “What The Hack” e “Make UPhi”, das alunas Ludymila Lobo, Ana Vitória Cordeiro, Nadny Dantas e Victoria Aires. Também haverá a apresentação de ações e resultados do Projeto Meninas Digitais, da SBC, com o professor Cristiano Maciel, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Segundo a coordenadora do evento, professora Dra. Tanara Lauschner, do ICOMP/UFAM, as inscrições estão abertas a partir de hoje, 06 de agosto, e podem ser feitas gratuitamente pelo site http://sbqs2015.com.br/cunhanta-digital. “Conseguimos que as inscrições fossem gratuitas em virtude do patrocínio que a AASSQ recebeu da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)”, ressaltou.
Além da professora Tanara, compõem a Comissão Organizadora do evento as professoras Rosiane de Freitas e Tayana Conte, da UFAM, além dos professores Cristiano Maciel (UFMT), Cláudia Capelli (UNIRIO), Karin Breitman (PUC-RJ) e Sílvia Bim, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), além da senadora Vanessa Grazziotin.
A importância do evento para a mulher
Segundo a professora Tanara Lauschner, o evento é para todos os que quiserem conhecer os projetos e ajudar a trazer mais mulheres para a área de tecnologia da informação (TI), bem como colaborar para a diminuição do preconceito que ainda existe com as mulheres que escolhem seguir essa carreira. “Esse projeto também é importante para os meninos, pois às vezes, eles têm um preconceito que nem percebem e acabam tratando suas colegas como profissionais de segunda classe, porque na cabeça deles, quem sabe programar mesmo são os homens”, afirmou.
Lauschner aponta que o percentual mundial de mulheres que estão na área de Ciência e Tecnologia tem aumentado significativamente, chegando à casa dos 30%. Entretanto, não existe este dado oficial no Amazonas, porém, se acredita que é menor que o percentual. “O número de mulheres em cargos de liderança nessas áreas ainda é muito pequeno, além de também receberem um salário mais baixo em relação aos homens, o que é um fato também em outras áreas.”
“A ideia do Cunhantã Digital é mostrar para as meninas que é possível mudar este cenário. Por isso, nós trouxemos a Karin Breitman, que também é alta executiva da ECM Brazil para falar sobre a sua visão e experiência como mulher na área. Também teremos a senadora Vanessa Grazziotin, que falará sobre o trabalho da Procuradoria da Mulher no Senado Federal e da campanha ‘Mais Mulheres na Política’”, destacou Tanara.
Para a professora, é preciso mudar a ideia que a mulher precisa ter algo de diferente para ir para a área de TI. “Ela só precisa ter aptidão, vocação vontade, como, por exemplo, para escolher Medicina, Direito, Pedagogia, Serviço Social ou qualquer outra profissão. Somos criados desde pequenos ouvindo que Matemática é difícil e que Engenharia é coisa pra homem. Nossa sociedade ainda pensa assim”, reflete a docente.
“No entanto, o difícil é muito relativo, porque vai da facilidade que cada um tem em determinado assunto ou tema. Para mim, seria muito difícil fazer História ou Biologia, por exemplo. Muitas meninas acabam abrindo mão de sua facilidade natural por Matemática porque elas são mulheres e não teriam o 'perfil' para exatas ou porque os pais não aceitam que elas escolham um curso 'para homens'. Agora, é fato que uma vez escolhida a área, haverá preconceito”, conclui Tanara.
Fonte e foto: UFAM