Responsável por colocar a ciência brasileira em evidência durante a Copa do Mundo, com a demonstração pública de um paraplégico dando o chute inicial do campeonato, o pesquisador conversará com o público no perfil da pasta no Twitter.
A partir desta segunda-feira (11), o médico e pesquisador Miguel Nicolelis irá compartilhar suas experiências e conversar com o público sobre seu trabalho no perfil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Twitter (@mcti). Os seguidores poderão participar usando #NicolelisNoMCTI. Na próxima sexta-feira (15), às 11h, o pesquisador irá responder às perguntas dos internautas.
Nicolelis foi o responsável por colocar a ciência brasileira em evidência internacional durante a Copa do Mundo no Brasil, com a demonstração pública de um paciente paraplégico dando o chute inicial do campeonato, usando um exoesqueleto controlado pelo cérebro. O projeto, intitulado Andar de Novo, foi presenciado por cidadãos de diversos países, numa audiência estimada em mais de 1 bilhão de pessoas. Nos últimos 10 meses, Miguel tem sido convidado a falar sobre esse feito em universidades e eventos científicos por todos os continentes.
"O projeto foi idealizado como uma forma de mostrar a todo o mundo que o Brasil tem condições de apoiar grandes projetos científicos, capazes de contribuir para a melhoria do bem-estar humano", afirma o pesquisador. "O objetivo era criar o primeiro exoesqueleto controlado pela mente, que permitisse que as pessoas com paralisia sentissem o chão, de tal forma que o cérebro incorporasse essa veste como parte dele.
No futuro, esse esforço poderá beneficiar dezenas de milhões de pessoas que sofrem com paralisia corpórea em todo o planeta", explica.
Nomeado entre os 50 líderes em tecnologia pela revista Scientific American e ganhador de vários prêmios internacionais, o trabalho do pesquisador foi comentado em jornais, revistas, TVs, rádios e Blogs de inúmeros países. Tem mais de 200 trabalhos publicados, que geraram 18.383 citações nos últimos 20 anos. Nicolelis foi o primeiro brasileiro a ter artigos de capa nas revistas Nature e Science. Ele é membro da Academia de Ciência da França, do Vaticano e da Academia Brasileira de Ciência. Na última década, desenvolveu uma abordagem integrativa no estudo de outros distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Parkinson e epilepsia.
Atualmente, vários laboratórios de neurociência nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina incorporam seus trabalhos, como a Teoria do Cérebro Relativístico, com a qual se busca maior entendimento sobre a natureza de alterações neurofisiológicas associadas a doenças neurológicas e psiquiátricas. Miguel acredita que a sua abordagem multidisciplinar ao estudo do cérebro irá permitir a integração de dados neurofisiológicos e comportamentais para a demonstração de uma teoria abrangente sobre o funcionamento do sistema nervoso de mamíferos.
Trajetória
Formado em Medicina na Universidade de São Paulo (USP) em 1984, mesma instituição em que cursou o doutorado em Fisiologia Geral, concluído em 1988, Nicolelis fez seu pós-doutorado na Universidade Hahnemann (hoje associada ao Drexel University College of Medicine), na Filadélfia, Estados Unidos. É Professor Titular de Neurobiologia, Engenharia Biomédica e Psicologia e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, onde trabalha desde 1994.
É fundador e presidente do conselho administrativo do Instituto de Ensino e Pesquisa Santos Dumont, que hoje administra o Instituto Internacional de Neurociência Edmond e Lily Safra, em Natal, que faz parte do Campus do Cérebro de Macaíba, Rio Grande do Norte. Nicolelis também concebeu e lidera o projeto do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IINELS), na capital do Rio Grande do Norte. Em Natal, uma das linhas de pesquisa de Nicolelis visa caracterizar a resposta tecidual ao implante dos mesmos eletrodos utilizados nas pesquisas que são desenvolvidas nos laboratórios da Universidade Duke.
Além disso, é líder de um grupo de pesquisadores da área de Neurociência na Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), que estuda os princípios básicos de funcionamento dos circuitos neurais e implementa várias formas de integrar o cérebro com máquinas (neuropróteses ou interfaces cérebro-máquina). Para Nicolelis, a melhor maneira de manter o cérebro saudável e ativo é pensando. "Desafiando a mente a pensar em coisas a que não se está habituado. É como um exercício físico", diz.
Ação no Twitter
O primeiro brasileiro civil a se tornar astronauta, Pedro Nehme, abriu a série de participações de pesquisadores e cientistas no perfil do MCTI no Twitter. A pesquisadora, Rosaly Lopes, uma das maiores especialistas em vulcões na Terra e em outros planetas, foi a segunda a participar da série.
Fonte: MCTI